13 de jan. de 2013

Num degrau de pedras pus um azulejo Noutro dia outro Fui subindo os passos, sempre Em cores fortes Chamaram obsessão E como na escada, a doença leva À glória, eu subi um montão. A escada sobe e desce. Me deu tudo e me desceu à um tostão. Subo há muito nessa escada, Nela eu tropeço, de cima vejo o mar Ela sobe e desce, rouba e mata
A escada da obsessão. Colo um vermelho. Colo um amarelo. Sou fogo com fogo. Áries com leão. E ela não acaba nunca. Não está Satisfeita nunca! É uma mulher. Se fosse rico, Fazia tudo de novo, com um pouco mais de imprecisão. Só pra te agradar. Escada da ilusão. A escada me sobe por cinquenta países Mas no meu, os degraus descem baixo. Colo sua bandeira Colo um Frank Sinatra Colo Nossa Senhora da Conceição E eu fiz tudo pra te agradar Colo teu nome nas paredes E digo que você é o melhor lugar do mundo. Babel da comunhão. Você mata ontem de novo, na escada da devoção. Pinto mulheres grávidas, não pinto caixão. Mas já que me mata, pátria ingrata, Quando abrir a barriga de prata E me tirar em redenção, Me tire com cores berrantes, Pense no vermelho, No amarelo E no máximo de obsessão. Para Selarón, Rio de Janeiro, 10 de Janeiro de 2013

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