pequenos países
13 de jan. de 2013
Andei outro dia da cobal ao catete, sem camisa.
O sol do catete me derreteu as tetas.
Me verticalizou e me fez andar até mais depressa.
Entrei na galeria.
Alguma brisa.
Vi a casa de câmbio.
Lembrei daquela viagem que a gente marcou de fazer
A partir de uma foto
Com
Sol
Neve
E
Uma
Montanha.
Vc disse que eu tinha mania de gigantismo e desistiu fácil.
Flamengo. A galeria. Arte. Os quadros no vídeo.
Bem projetados. A sala escura.
Fuga e paz por alguns países. Neve.
Sol.
Metrô.
31, dez, 2012
Que os ventos desse novo tempo soprem felicidades férteis para o meu novo e curioso par de olhos! Quando a natureza confunde o divino, o sagrado e o animal, me encho de bravura alegre, torno-me matinal. O complexo mostra-se simples. O desafio, óbvio. O primeiro ar nos pulmões. Estava sempre ali: uma criança.
para meu filho Arto Guerra Facó, que acaba de nascer. Rio 19 de agosto de 2012
Das tentativas de decifrar nosso impulso arretado,
não vou ficar com nenhuma delas .
Só vou lembrar daquela estátua que tava pendurada ao contrário
e ninguém tinha notado. Seu apego aos contrários.
Você agarrou elas pelo cangote, arregaçou as golas apertadas,
monstro terrível, desordeiro selvagem, carregando as verdades mais caras.
Empurra contra que uma hora o adversário cede, me ensinou o clown da night.
Você gritou tanto, meu amigo de verdades caras,
E não te deram o bilhete da passagem.
Xingou quatro otários e não te deram hospedagem .
Você foi de mesa em mesa, eu vi, e te arrancaram a viagem.
Quando escuto seu grunhido, noto que são versos delicados
que surgem do brutamontes apressado. São neopropostas contra o ocaso!
Cumpre o clichê determinado, parte apressado, metralhadora do abraço,
deixando a
cidade mais insossa e covarde
para Ericson Pires 17 de Março de 2012
Num degrau de pedras pus um azulejo
Noutro dia outro
Fui subindo os passos, sempre
Em cores fortes
Chamaram obsessão
E como na escada, a doença leva
À glória, eu subi um montão.
A escada sobe e desce.
Me deu tudo e me desceu à um tostão.
Subo há muito nessa escada,
Nela eu tropeço, de cima vejo o mar
Ela sobe e desce, rouba e mata
A escada da obsessão.
Colo um vermelho.
Colo um amarelo.
Sou fogo com fogo.
Áries com leão.
E ela não acaba nunca. Não está
Satisfeita nunca! É uma mulher.
Se fosse rico,
Fazia tudo de novo, com um pouco mais de
imprecisão.
Só pra te agradar. Escada da ilusão.
A escada me sobe por cinquenta países
Mas no meu, os degraus descem baixo.
Colo sua bandeira
Colo um Frank Sinatra
Colo Nossa Senhora da Conceição
E eu fiz tudo pra te agradar
Colo teu nome nas paredes
E digo que você é o melhor lugar do mundo.
Babel da comunhão.
Você mata ontem de novo, na escada da devoção.
Pinto mulheres grávidas, não pinto caixão.
Mas já que me mata, pátria ingrata,
Quando abrir a barriga de prata
E me tirar em redenção,
Me tire com cores berrantes,
Pense no vermelho,
No amarelo
E no máximo de obsessão.
Para Selarón, Rio de Janeiro, 10 de Janeiro de 2013
6 de jan. de 2012
Vera disse que me encontraria na saída do pátio.
Havia dois livros para ler e ambos estavam pela metade.
É que no chalé lia-os tão depressa e depois, na cidade
voltei a ler devagar, apesar da pressa.
Não sabia que já eram os primeiros sintomas.
Vontade de me vingar dos
médicos que nao me deixam ter uma morte normal.
Um fio entra pela minha garganta e vai dar no meu estômago. Nessas curvas que a vida dá, desde o pátio, só me alimento por este fio incômodo
Meus dois braços inchados e amarrados,
Picada de soro
no esquerdo, picada de mosquito no direito.
, no leito esquerdo, ouço o sbt, no direito, a globo. Devem estar em coma. Estive também, ouvi eles dizerem. 20 dias. Porém, não sabem da maior, andei sonhando, rapazes. Um catéter perfura meu crânio e filtra a água amarela. br />Os botões eletrônicos se manifestam
a noite inteira. Procuro pensar na floresta,
que é mais barulhenta à noite, são minhas cigarras.
Só que sem o tubo da traquéia. >Uma cânula de metal enfiada na minha traquéia.
Essa foi a maior das sacanagens, só aí fiquei puta de verdade.
Chama-se traquiostomia mas eles chamam de traquio, um apelido.
Cinco mil reais, eu ouvi, e tive pena do Mauro.
Não parei de pensar nas coisas práticas,
O cheque da Andréia está na escrivaninha, em baixo do livro dos
prazeres. Assim que voltar a falar, lembrarei a Vera.
Só consigo fazer o tudo jóia e só com o dedo pra cima pois estou deitada e amarrada.
Uma invasão estúpida no meu cérebro me deixou toda paralisada. Era só uma cirurgia diagnóstica, eles disseram.
Esbarrou, parou, no cérebro é assim.
E o cirurgião tinha um terrível cacoete no braço, o que me
deixou apavorada, pela primeira vez.
Antes, não. Pensava no cheque e na estreia da peça de Lázaro,
que não queria perder.
Pra tudo que eles berram pra mim, às vezes,
consigo emitir um "show", que para eles deve
parecer estúpido mas me exige pouco da língua. Show!
O "sim" me deixa exausta. Não dá.
Deixem-me morrer, agentes do inferno,
me joguem no mato, atirem-me no mar,
sou mística, acredito no êxtase final, como no filme do kubrick,toquem Bach,
o prelúdio número 1, é o meu preferido,
não me deixem partir de forma tão tétrica,
minha tv sempre ficou dentro de uma caixa de papelão
desde que me mudei, nunca mais tirei ela de lá,
não me deixem morrer entre os dois canais.
Não esvaziem minha última tentativa de crença
no que já nem dá mais pra acreditar.
Havia dois livros para ler e ambos estavam pela metade.
É que no chalé lia-os tão depressa e depois, na cidade
voltei a ler devagar, apesar da pressa.
Não sabia que já eram os primeiros sintomas.
Vontade de me vingar dos
médicos que nao me deixam ter uma morte normal.
Um fio entra pela minha garganta e vai dar no meu estômago. Nessas curvas que a vida dá, desde o pátio, só me alimento por este fio incômodo
Meus dois braços inchados e amarrados,
Picada de soro
no esquerdo, picada de mosquito no direito.
, no leito esquerdo, ouço o sbt, no direito, a globo. Devem estar em coma. Estive também, ouvi eles dizerem. 20 dias. Porém, não sabem da maior, andei sonhando, rapazes. Um catéter perfura meu crânio e filtra a água amarela. br />Os botões eletrônicos se manifestam
a noite inteira. Procuro pensar na floresta,
que é mais barulhenta à noite, são minhas cigarras.
Só que sem o tubo da traquéia. >Uma cânula de metal enfiada na minha traquéia.
Essa foi a maior das sacanagens, só aí fiquei puta de verdade.
Chama-se traquiostomia mas eles chamam de traquio, um apelido.
Cinco mil reais, eu ouvi, e tive pena do Mauro.
Não parei de pensar nas coisas práticas,
O cheque da Andréia está na escrivaninha, em baixo do livro dos
prazeres. Assim que voltar a falar, lembrarei a Vera.
Só consigo fazer o tudo jóia e só com o dedo pra cima pois estou deitada e amarrada.
Uma invasão estúpida no meu cérebro me deixou toda paralisada. Era só uma cirurgia diagnóstica, eles disseram.
Esbarrou, parou, no cérebro é assim.
E o cirurgião tinha um terrível cacoete no braço, o que me
deixou apavorada, pela primeira vez.
Antes, não. Pensava no cheque e na estreia da peça de Lázaro,
que não queria perder.
Pra tudo que eles berram pra mim, às vezes,
consigo emitir um "show", que para eles deve
parecer estúpido mas me exige pouco da língua. Show!
O "sim" me deixa exausta. Não dá.
Deixem-me morrer, agentes do inferno,
me joguem no mato, atirem-me no mar,
sou mística, acredito no êxtase final, como no filme do kubrick,toquem Bach,
o prelúdio número 1, é o meu preferido,
não me deixem partir de forma tão tétrica,
minha tv sempre ficou dentro de uma caixa de papelão
desde que me mudei, nunca mais tirei ela de lá,
não me deixem morrer entre os dois canais.
Não esvaziem minha última tentativa de crença
no que já nem dá mais pra acreditar.
8 de dez. de 2010
soneto do incompreendido
Faltam sete centímetros para o último papo.
Há um pacto entre eles, que não nos foi revelado.
Então estamos torpes, surdos e desamparados.
Há uma vela que vamos atravessar acesa
não importa a tempestade, o "obrigado por tudo",
o "sinto muito mas não posso dormir aí hoje".
Mas a chuva impede-nos de ver o outro lado.
E ficamos de mal, porque o mau é o incompreendido,
o filantropo que sai às ruas em busca de ajuda
porque não pode mais ajudar ninguém.
E se antes minha fé era entrecortada,
agora ganha contornos de desconfiança.
Desafio o silencioso, o manifesto do desavisado.
Distraio o cão com novas paisagens,
arrombo igrejas nas madrugadas,
falo com os postes sobre as últimas paradas,
sento e espero a sombra avançar na cara.
E quando menos se espera ares de conforto,
recebo um assobio lancinante, aventurado.
Vejo que o ébrio agora quer acordar são.
Que o louco hoje vai comprar uma bicicleta.
Há um pacto entre eles, que não nos foi revelado.
Então estamos torpes, surdos e desamparados.
Há uma vela que vamos atravessar acesa
não importa a tempestade, o "obrigado por tudo",
o "sinto muito mas não posso dormir aí hoje".
Mas a chuva impede-nos de ver o outro lado.
E ficamos de mal, porque o mau é o incompreendido,
o filantropo que sai às ruas em busca de ajuda
porque não pode mais ajudar ninguém.
E se antes minha fé era entrecortada,
agora ganha contornos de desconfiança.
Desafio o silencioso, o manifesto do desavisado.
Distraio o cão com novas paisagens,
arrombo igrejas nas madrugadas,
falo com os postes sobre as últimas paradas,
sento e espero a sombra avançar na cara.
E quando menos se espera ares de conforto,
recebo um assobio lancinante, aventurado.
Vejo que o ébrio agora quer acordar são.
Que o louco hoje vai comprar uma bicicleta.
8 de jun. de 2010
30 de mai. de 2010
uma tristeza branda disfarçada de gente beira a cidade da guanabara.
uma quentura térmica, uma busca por alguém que já foi embora da festa.
uma questão. São sempre as questões que nos trazem até Portela.
Portela me mostrou sua casa linda, seu filho pequeno e duas paisagens.
A da copa e a da vila. A da vila é a da Urca. Me esperei para sair do mar.
Quis te enrolar numa certeza branca mas as vias das questões eram sempre maiores.
Quis me aproximar. Se a frieza fosse toda a sorte, eu não estaria mais no tentar.
Se o quente não fosse o brega eu voltaria a telefonar, uma última paisagem.
Foi tão farto e tão pouco que eu ainda tentaria um caso a mais, um chile.
Se eu te vi de perto, não me pessa pra te ver de longe, a vista não quer embaçar.
A sorte quer estar confortável e tantas vezes isso encomoda, aperta todos os andares.
Se você deixasse uma última vez. O quieto saberia toda a sinfonia, por um tempão.
uma quentura térmica, uma busca por alguém que já foi embora da festa.
uma questão. São sempre as questões que nos trazem até Portela.
Portela me mostrou sua casa linda, seu filho pequeno e duas paisagens.
A da copa e a da vila. A da vila é a da Urca. Me esperei para sair do mar.
Quis te enrolar numa certeza branca mas as vias das questões eram sempre maiores.
Quis me aproximar. Se a frieza fosse toda a sorte, eu não estaria mais no tentar.
Se o quente não fosse o brega eu voltaria a telefonar, uma última paisagem.
Foi tão farto e tão pouco que eu ainda tentaria um caso a mais, um chile.
Se eu te vi de perto, não me pessa pra te ver de longe, a vista não quer embaçar.
A sorte quer estar confortável e tantas vezes isso encomoda, aperta todos os andares.
Se você deixasse uma última vez. O quieto saberia toda a sinfonia, por um tempão.
18 de mai. de 2010
e se eu tentar mais um pouco e um pouco mais forte,
talvez a queda se rompa. talvez as traves se alarguem,
ganhando outras proporções.Talvez o acúmulo de dotes
traga precisão.A vontade de esvaziamento vem
em preto e branco, de tão longe que fica. E trás casacos
pretos e um não sei mais o quê.
e se eu tentar mais um pouco e um pouco mais forte, o deslize possa ser daqui.
Se eu deixar o esvaziamento ser completo e tentar as beiradas, a coisa ganhe novo fluxo.
Um gatilho perfeito, uma curva no olhar e um toque de recolher às avessas.
Nas nove horas, todos devam abandonar suas calmas e descer para as ruas.
Sem atropelamentos de conversas, sem desentraves ou aniquilações.
Apenas a fluência, a vontade de querer e o fluxo comprimido.
Apenas as soluções mais táticas para retornar a plurificação desse olhar bivolt.
Perceber toda a trama, não apenas o que está pora trás mas o que está por entre.
Uma possível transfiguração do irreal, perceber o entorpecimento.
hoje eu tento dos pês e ontem dos armários e dos coesos.
Significa poder ganhar novas qualidades.
Fico em falta. Sumo. Não fecho as contas.
Admito felicitações que antes não me tinham.
sobre olhar.
15 de nov. de 2009
Destrança
Vou insistir. No outro. Endereçar essa carta. Pequenos toques de identificação vão me recuperar da vista. Vejo em você mais culpa do que nas outras pessoas. Você diz que não tem medo da morte mas tem medo de altura e eu nunca entendi. Está em alta esse seu jeito de ver a vida. Tenho passado tantos dias aqui dentro, que vocês todos viraram uma massa só, uma cortina de fumaça, um paredão. Você só foi o meu intento de prazer, o meu acesso fácil aos tamanhos do prazer. As tardes ficaram mais claras porque ganhamos uma hora, mais uma hora de vida. Você caminha pela vitório da costa, agora a félix pacheco, pensa naquele dia em que cheirou e chorou tanto que não conseguiu sair de casa, com medo de gente, lembra dos longes, se fecha em buracos de prazer, lembra dos pertos, do lepar cur, pequenos vôos, Esbarra em Clara, toques de pescoços, te pergunta as horas e diz que ainda dá tempo, você quer ir com ela , mas pensa no que vai ficar pra trás e agora já ficou mesmo, você, ela, você, você vai, você abre seu peito em nãos mas segue com ela, é isso, ela pode salvar o dia, você diz que o corpo todo está rígido por causa da cama mas ela nem nota, não disse, você pensa em voltar atrás, não quer mais ser ouvido, dizer que lembrou que tinha esquecido, escapulir, voltar ao buraco, ficar inteiramente só e seguro com seus pesos, pensa no tanto de cabelo branco e ela deve ter reparado, nas dívidas de Carmen, na confusão da rua no término do colégio, ela abriu a janela dos filhos antes de enfiar a cara no fogão, no difícil, o medo de buscar os exames, e em como as coisas teriam sido diferentes se, é isso, você vai escapar, a lagoa, você tem um percurso de pretexto, vai escapar para, Clara te atropela com anúncios de cobrança, diz como as coisas teriam sido diferentes se tudo tivesse corrido sem tranças. Tenta evitar pequenos motes mas não consegue. Pisa em vários freios que você nunca quis pisar, do medo de gente, por exemplo.
1 de nov. de 2009
IMPRESS˜OES SOBRE A FAVELA. eSTIVE NA FAVELA HOJE. uMA COISA LIND´ISSIMA SE PASSAVA ALI. uNS POUCOS JOVENS AGLOMERADOS NUMA PISTA DE MOTOS FAZIAM A SERVENTIA. Entramos num grande galpão onde passava o baile do emoções. Estavamos encaminhando amigos europeus em sede por experiências mais radicais, aqui na cidade. O que pude comprovar, sem vias de fato é que a experiencia se radicaliza por um todo. Todas as pessoas ali se propõe a uma experiencia partida, de música que surda os ouvidos e corpo que se abre a uma danca forte e autosuficiente. Eu danco a minha musica e danco a minha danca, e eh isso que eu vivo aqui e agora fenomenologica mente falando. jah que nao me trouxeram o novo, como foi feito em todas as epocas, onde a sede pelo novo era algo tao inserido na mesa dos medievais ou mediterraneos da segunda metade do sec 13 que se cegou sutilmente mas definitivamente para o que estava acontecendo ali e agora , como ase foisse um corpo, em busca pelo novo. essa gente da favela, que nao traz tamanha sede e nao traz tamanho conhecimento de fora, vive a esporra pra dentro, quanto revelacao, e por isso, quanto unidade singular em todo o mundo. A - que nao dá mais pra chamar velha - burguesia, se afasta da favela, sem conseguir explica-la, dar lhe sentido, nao identifica com equacoes explicaveis e por isso corre e teme. Nao fui revistado na entrada do baile e nem poderia se-lo porque entao seria o sensor e o horror a censura! Nao fui revisatdo porque nao pode. Estou no direito de portar minha arma aqui, porque aqui a lei vem de dentro pra fora, assim como o meu amor meus filhos e toda a minha vida!
12 de out. de 2009
3 de out. de 2009
23 de set. de 2009
20 de set. de 2009
A Maquina de Abraçar
Esta chegando aí. Vale conferir.
Artistas de primeira.
Visitem o blog deles:
http://amaquinadeabracar.com.br/
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